PRA
PENSAR UM POUCO
“Amar
ao próximo como a ti mesmo”
Esse texto consiste no princípio fundamental do
cristianismo, que de tão conhecido tem sido constantemente negligenciado e de
tão sublime, torna-se cada dia mais
difícil de se assimilar e conceber.
Creio que alguns de nós tenhamos filhos, outros não, mas
sendo filhos talvez compreendamos todos, pelo menos um pouco do que venho
refletir: Um filho é uma benção, uma dádiva divina e a despeito de todo o trabalho,
todo sofrimento e sacrifício eles são sem dúvida nosso canal afetivo, nosso
calcanhar de Aquiles, ou seja, nosso ponto fraco e mais que isso, são o nosso
ponto forte; por eles nós desafiamos um mundo de intempéries, nós enfrentamos o
impensado, nos munimos de força e coragem que sequer sabíamos que tínhamos. Os
filhos nos fazem sonhar além de nós mesmos, projetar um futuro próspero,
seguro, feliz e lutarmos com todas as nossas forças para a concretização desses
ideais. Somos sua torcida mais fanática, seus guarda-costas, estamos dispostos
a fazer o que estiver ao nosso alcance para que tudo dê certo em suas vidas,
para que tenham o melhor que puderem, para que sejam bem sucedidos em todos os
aspectos de suas vidas.
Penso que todos os pais que tem uma compreensão mínima do
funcionamento deste mundo, do mercado de trabalho, da sociedade em geral
entendem o quanto a educação escolar é fundamental para a formação, o
desenvolvimento e o aproveitamento das oportunidades que poderão surgir diante
dos filhos e exigem que os mesmos estejam preparados para aproveitá-las; que
reconhecem no ensino um relevante mecanismo de ascensão social, que percebem na
QUALIDADE do ensino a oportunidade de concretização destes sonhos e metas que tão
esperançadamente projetamos para eles e com eles.
Certamente concordamos que aqueles a quem tão
profundamente amamos, por quem torcemos, sofremos e nos doamos necessitam da
melhor educação possível; de uma escola agradável, dinâmica e que se proponha a
múltiplos saberes; um lugar onde sejam acolhidos, considerados, onde tenham
bons exemplos, com profissionais comprometidos, éticos, que tenham como meta o
seu aprendizado, seu desenvolvimento, seu sucesso.
Diante disto, cabe a nós gestores, professores e
funcionários nos perguntarmos: _ tenho me proposto a fazer esta escola , sido
comprometido, cumpridor dos meus deveres, executor de um projeto de sociedade
mais humana e mais democrática que eu desejo que meu filho encontre e que fará
a diferença na formação e no sucesso de tantos filhos e tantos sonhos a mim
confiado? Tenho sido esse sujeito, esse profissional confiável que certamente
desejo que meu filho encontre ao longo de sua trajetória? Eu gostaria que os
professores de meu filho fossem exatamente iguais a mim e o tratassem como eu
trato meus alunos?
Se olharmos a realidade da escola pública, salvo algumas
poucas exceções, observaremos que a fragilidade social das famílias que
atendemos é em geral bem maior que a nossa própria; pobres remediados, assalariados,
que em sua maioria vê na escola privada (embora a correspondência nem sempre
seja verídica) a salvação de futuro dos nossos próprios filhos, pois que
lidamos diariamente com um sistema roto, capenga, e o descrédito das
instituições que têm não apenas a cara do governo ou do sistema, mas também a
nossa própria.Esta fragilidade nos coloca em um papel de suma importância,
estando diante de nós filhos que talvez necessitem essencialmente do nosso
empenho, nossa boa vontade, nossa articulação.Talvez eu seja o que há de mais
estável ou confiável para esse jovem e minhas palavras e atitudes tenham um
peso para ele que eu mesmo não consigo dimensionar. Esta possiblidade indica o
quanto necessito alinhar reflexão e ação, me dispora repensar e redimensionar a minha prática constantemente,
tendo como objetivo não apenas a formação integral do meu aluno, como o
cumprimento daquilo que me cabe como alguém a quem não apenas os homens, mas o
próprio Deus confiou tão grande responsabilidade, estando ele mesmo disposto a
me ajudar nas dificuldades.
Encerro essa reflexão assim como a iniciei, deixando para
cada um de nós um texto bíblico que reflete um conceito universal:
“Aquilo que o homem semear, isto mesmo ceifará”.
Bom Estudo!
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